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domingo, 16 de junho de 2013

Deus O Poeta da Vida.



Teologia é poesia: a linguagem poética da fé

                               
 Introdução
Na última aula de Teologia Bíblica desse semestre tivemos a oportunidade de analisar sobre a linguagem poética da espiritualidade. Nesse trabalho pretendo desenvolver um pouco mais a respeito desse conceito, trazendo também a ideia de que a própria Teologia se constitui numa linguagem poética.

Desenvolvimento
O fato de que o objeto de estudo da teologia: Deus, ser na verdade impossível de ser analisado e experimentado em laboratório nos conduz a uma conclusão inescapável: a de que a Teologia é linguagem poética. Não estou com isto dizendo que Teologia não seja uma ciência, afinal, possui metodologia e regras do método científico. Entretanto, por se tratar do estudo de nada mais e nada menos do que o “Grande Mistério” e as relações dos homens e mulheres com ele, nossa linguagem na Teologia é representativa.
Quando falamos de Deus, já falamos em linguagem humana, com elementos próprios de nossa experiência humana. Ao nos referirmos a Jesus, nos referimos ao “símbolo” de Deus para o cristão. Ao falarmos do Espírito Santo, nos referimos àquela “força”, ainda que o tenhamos como pessoa da Trindade, que nos move ao próximo e aos valores de Cristo. Ao nos referirmos aos valores de Cristo, falamos do amor ao próximo e da encarnação, e tudo baseado nas representações da vida de Cristo, que nem sabemos se foi fato ou apenas linguagem religiosa dos escritores dos evangelhos. Portanto, toda a nossa linguagem teológica é representativa e poética, porque ao final das contas, tudo o que de lá tiramos como divino é para nos tornarmos mais humanos.
Não sou o primeiro certamente a defender a essa ideia  Rubem Alves, teólogo brasileiro, já fez muita referência a essa ideia da Teologia como poesia em seus livros. Em um de seus livros escreveu “Ninguém jamais viu Deus. Dele, o que conhecemos são apenas as palavras que falamos. E palavras são como bolsos – espaços vazios que usamos para guardar coisas”[1].

Conclusão
O fato de que a Teologia seja linguagem poética não deve nos tirar a fé. Ao contrário. Nos faz lembrar que a fé está para além da razão. A fé é algo para ser experimentado, encarnado. E nesse sentido a linguagem poética é muito mais rica para descrever do que os simples conceitos, pois o dogma congela, esteriliza, engessa ou seja, é morto. A poesia é viva, sempre passível de novas interpretações dependendo de quem a leia. Se Teologia é poesia, então ela é vida e, portanto tem tudo a ver com encarnação, com experiência, com vida, com amor, com Deus.
Infelizmente sabemos que há teologias que não são poesias porque se transformaram em dogmas imutáveis. Penso que essa teologia nada tem a ver com Deus, tem a ver com homens que desejam apenas a morte. “Escolhei, pois, a vida”.




[1] ALVES, R. O Deus que conheço. São Paulo: Verus, 2010, p.12.

2 comentários:

  1. Aprendemos a nos tornar menos crentes e mais humanos quando conhecemos a jesus profundamente como ele mesmo gostaria . hoje sei sei que ele nao veio apenas nos ensinar algo e sim esperar o mesmo de nos conhecimento de quem nos somos e o que podemos fazer para melhorar a vida do proximo.

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    Respostas
    1. É isso mesmo, quanto encarnarmos a nossa humanidade mais nos parecemos com Cristo, afinal o verbo se fez carne e não anjo ou espírito, que bom que você entendeu que essa fé desencarnada dos "crentes" é hipocrisia e rito religioso, que Deus continue te iluminando.

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