Teologia
é poesia: a linguagem poética da fé
Introdução
Na
última aula de Teologia Bíblica desse semestre tivemos a oportunidade de
analisar sobre a linguagem poética da espiritualidade. Nesse trabalho pretendo
desenvolver um pouco mais a respeito desse conceito, trazendo também a ideia de
que a própria Teologia se constitui numa linguagem poética.
Desenvolvimento
O fato de que o objeto de estudo da
teologia: Deus, ser na verdade impossível de ser analisado e experimentado em
laboratório nos conduz a uma conclusão inescapável: a de que a Teologia é
linguagem poética. Não estou com isto dizendo que Teologia não seja uma
ciência, afinal, possui metodologia e regras do método científico. Entretanto,
por se tratar do estudo de nada mais e nada menos do que o “Grande Mistério” e
as relações dos homens e mulheres com ele, nossa linguagem na Teologia é
representativa.
Quando falamos de Deus, já falamos em
linguagem humana, com elementos próprios de nossa experiência humana. Ao nos
referirmos a Jesus, nos referimos ao “símbolo” de Deus para o cristão. Ao
falarmos do Espírito Santo, nos referimos àquela “força”, ainda que o tenhamos
como pessoa da Trindade, que nos move ao próximo e aos valores de Cristo. Ao
nos referirmos aos valores de Cristo, falamos do amor ao próximo e da
encarnação, e tudo baseado nas representações da vida de Cristo, que nem
sabemos se foi fato ou apenas linguagem religiosa dos escritores dos
evangelhos. Portanto, toda a nossa linguagem teológica é representativa e
poética, porque ao final das contas, tudo o que de lá tiramos como divino é
para nos tornarmos mais humanos.
Não sou o primeiro certamente a defender
a essa ideia Rubem Alves, teólogo brasileiro, já fez muita referência a essa ideia da Teologia como poesia em seus livros. Em um de seus livros escreveu
“Ninguém jamais viu Deus. Dele, o que conhecemos são apenas as palavras que
falamos. E palavras são como bolsos – espaços vazios que usamos para guardar
coisas”[1].
Conclusão
O
fato de que a Teologia seja linguagem poética não deve nos tirar a fé. Ao
contrário. Nos faz lembrar que a fé está para além da razão. A fé é algo para
ser experimentado, encarnado. E nesse sentido a linguagem poética é muito mais
rica para descrever do que os simples conceitos, pois o dogma congela,
esteriliza, engessa ou seja, é morto. A poesia é viva, sempre passível de novas
interpretações dependendo de quem a leia. Se Teologia é poesia, então ela é
vida e, portanto tem tudo a ver com encarnação, com experiência, com vida, com
amor, com Deus.
Infelizmente
sabemos que há teologias que não são poesias porque se transformaram em dogmas
imutáveis. Penso que essa teologia nada tem a ver com Deus, tem a ver com
homens que desejam apenas a morte. “Escolhei, pois, a vida”.
Aprendemos a nos tornar menos crentes e mais humanos quando conhecemos a jesus profundamente como ele mesmo gostaria . hoje sei sei que ele nao veio apenas nos ensinar algo e sim esperar o mesmo de nos conhecimento de quem nos somos e o que podemos fazer para melhorar a vida do proximo.
ResponderExcluirÉ isso mesmo, quanto encarnarmos a nossa humanidade mais nos parecemos com Cristo, afinal o verbo se fez carne e não anjo ou espírito, que bom que você entendeu que essa fé desencarnada dos "crentes" é hipocrisia e rito religioso, que Deus continue te iluminando.
Excluir